O próximo dia 9/3, marca um ano do trágico acidente entre trem e o ônibus do transporte escolar de Jandaia do Sul, que transportava alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae). A violenta colisão provocou a morte de cinco pessoas.
As primas Maria Vitória Gomes Ferreira, de 11 anos, e Kimberly Caroline Ribeiro Pimenta, de15 anos, morrem no local, no dia da colisão. “Um ano dessa tragédia, mas para nós da família ainda parece que foi ontem. Ainda dói muito, é difícil de aceitar. Nossa família nunca mais foi a mesma. Tínhamos o costume de nos reunir aos finais de semana, mas isso quase não acontece mais. Ninguém, até hoje, nos ofereceu ajuda psicológica, ou qualquer outro tipo de ajuda. Seguimos com o nosso luto, com a nossa dor, com esse vazio que ficou em nossas vidas”, desabafa o tio das vítimas, Fabiano Pimenta.
Motorista exonerado
A Polícia Civil, em agosto do ano passado, indiciou por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e lesão corporal culposa, os dois crimes na direção de veículo automotor, o motorista do ônibus, que cruzou a linha férrea e foi atingido por um trem. Ele não está preso.
De acordo com a prefeitura, o motorista foi exonerado. Além disso, atualmente existem outras normas de segurança no transporte escolar.
“Após o acidente realizamos várias ações, seguindo orientação Ministério Público, exigências legais. O município criou uma legislação específica do transporte escolar. É proibido carona, confeccionamos carteirinhas de identificação para todos os estudantes que utilizam o transporte escolar. As linhas foram otimizadas com o georreferenciamento.
No ano passado realizamos um concurso para contratação de motorista para o transporte escolar, já com a exigência do curso de transporte de passageiros, têm monitores. Agora existe um departamento de transporte escolar junto ao departamento de educação, para facilitar o atendimento aos pais e estamos sempre atentos às vistorias e licenças dos veículos utilizados, todos estão com a documentação regularizada”, detalha a diretora do departamento de Educação e Esportes, Sheila Cristina da Silva.
Em nota, na época do acidente, a Rumo Logística, concessionária responsável pela linha férrea, esclareceu que “o maquinista do trem acionou a buzina para alertar sobre a travessia do trem, bem como acionou os freios quando foi surpreendido pelo veículo”. Os cruzamentos no município receberam mais segurança, como cancelas, vigias, além de melhorias de sinalização.
Além das primas que morreram no dia do acidente, Isabel Aparecida Gimenes Figueiredo, de 55 anos, cozinheira da Apea, faleceu no Hospital da Providência em Apucarana, em 10 de março.
Maria de Lourdes Henrique, de 56 anos, era aluna da instituição. Após o acidente ela foi internada no Honpar em Arapongas, chegou a receber alta, porém, morreu na casa da família em decorrência de uma embolia pulmonar, trombose venosa profunda e acidente de embolia, causas que estariam ligadas ao acidente.
João Lucas dos Santos Silva, de 8 anos, que também estava no ônibus, morreu no dia 22 de março. Ele sofreu diversas fraturas e um ferimento grave na cabeça e estava internado no Hospital Metropolitano desde o dia do acidente. Uma corrente de oração chegou a ser realizada em prol da recuperação do garoto e a morte dele gerou grande comoção.
Texto: Sílvia Vilarinho