Durante reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”, realizada na terça-feira (5), no Palácio Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ao início do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos e fez provocações ao ex-presidente americano Donald Trump. Entre as declarações, Lula afirmou que pretende convidar Trump para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
“Não vou ligar para conversar, mas vou convidar para a COP30. Quero saber o que ele pensa do clima”, disse Lula, em tom irônico.
As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pela gestão Trump e aplicadas a partir desta quarta-feira (6), afetam diretamente diversos setores da economia nacional, embora cerca de 700 itens tenham sido excluídos da lista original. O governo dos EUA justificou a medida alegando práticas comerciais desleais, com críticas inclusive ao sistema brasileiro de transferências instantâneas, o Pix.
Lula saiu em defesa da tecnologia brasileira, que chamou de “patrimônio nacional”, e provocou:
“Queria que o Trump experimentasse o Pix para ver o que é modernidade”.
O presidente também classificou as tarifas como prejudiciais à democracia, à economia brasileira e aos trabalhadores, e informou que o governo recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), além de preparar um plano de mitigação de danos para proteger setores impactados, como o agronegócio e a exportação de frutas.
Lula reafirmou ainda o compromisso com novos acordos internacionais, e disse que pretende assinar o tratado entre o Mercosul e a União Europeia ainda em 2025.
Representantes de sindicatos e do setor produtivo presentes à reunião manifestaram preocupação com o impacto direto do aumento de tarifas nas exportações brasileiras e no emprego.