Alunos de abrangência do NRE de Apucarana terão aulas normalmente, disse o chefe do órgão, Vladimir Barbosa
A APP-Sindicato, entidade que representa os professores do Paraná, afirmou que a greve da categoria teve início na manhã desta segunda-feira (3) nas escolas da região, mesmo com decisão proibindo a paralisação do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Por outro lado, o Núcleo Regional de Educação (NRE), de Apucarana, informou que a maioria dos professores está nas escolas e que os alunos também estão tendo aulas pelo Educatron, que é um programa que prevê transmissão de conteúdo multimídia.
A presidente da APP-Sindicato de Apucarana, Isabel Cristina de Oliveira Azevedo, garantiu que a greve em Apucarana começou e é por tempo indeterminado. O movimento, que, segundo ela, conta com a participação de representantes de quase todas as escolas do município, iniciou na Praça Interventor Manoel Ribas (Praça do Redondo), onde os professores se reuniram para planejar ações futuras e conscientizar a comunidade sobre os riscos da privatização da educação pública. A categoria protesta contra o projeto “Parceiro na Escola”, que prevê a terceirização de 200 colégios, sendo cinco na região
Isabel enfatizou a importância da mobilização coletiva contra o projeto de lei proposto pelo governador Ratinho Júnior (PSD). Segundo ela, o governador não dialogou com os educadores antes de apresentar o projeto, o que gerou grande insatisfação entre os profissionais da educação e a comunidade em geral. ” Ratinho Júnior quer empurrar esse PL da privatização das escolas sem ouvir a população paranaense. Não vamos permitir que isso aconteça. Estamos aqui, a partir de hoje (segunda-feira), em greve por tempo indeterminado. A mobilização está crescendo e queremos conscientizar todos sobre os prejuízos que esse projeto trará para a escola pública”, afirmou Isabel.
Conforme a professora, a greve busca aumentar a conscientização entre pais, alunos e a comunidade em geral. Os professores argumentam que a escola pública deve permanecer gratuita e acessível a todos, sem interferência de empresários cujo principal objetivo é o lucro. Isabel questiona a alocação de recursos pelo governo, sugerindo que, se há fundos para repassar a empresários, esses mesmos recursos deveriam ser investidos diretamente nas escolas públicas.
“ Temos a capacidade de administrar muito bem as escolas, desde que tenhamos recursos. O governador não conversa conosco e quer aprovar esse projeto do dia para a noite, sem a conscientização da população. Tenho certeza de que, se todos souberem o quão nefasto é esse projeto, a sociedade não aceitará a privatização”, destacou Isabel.
Além das atividades em Apucarana, atos sincronizados estão sendo realizados em todo o Estado. Os professores esperam que a mobilização continue a crescer nos próximos dias e que a sociedade paranaense se una para barrar o projeto de privatização.
Em Arapongas, a concentração dos manifestantes ocorre na Igreja Matriz, onde os participantes estão reunidos desde as 8 horas desta segunda-feira. Além disso, a mobilização também se estende a outros pontos, com estudantes organizando atos em frente às escolas. “Sabemos de atos em frente ao Colégio Emílio de Menezes e outros locais também”, informou Marcio Diniz, presidente da APP em arapongas.
A adesão à greve em Arapongas é parcial. “A adesão em Arapongas está em torno de 50%, segundo nosso levantamento”, destacou o sindicalista.
Essa mobilização, segundo Marcio, reflete a insatisfação dos profissionais da educação com as condições de trabalho e salariais, e busca pressionar as autoridades por melhores condições. “Nosso núcleo sindical está unido e mobilizado, com adesão crescente em várias escolas”, enfatizou o representante sindical.
OUTRO LADO
O NRE, de Apucarana, informou ao TNOnline na manhã desta segunda-feira, no entanto, que a maioria dos professores está em sala de aula. Além disso, uma equipe da Secretaria de Educação está nas escolas desde as primeiras horas da manhã para fazer um levantamento completo da situação e garantir a implementação do projeto e o funcionamento do Educatron. “Temos o aparelho Educatron em todas as salas de aula, e as aulas serão transmitidas ao vivo pelo Secretária de Educação, via YouTube. Portanto, teremos aulas normais em todas as escolas do nosso núcleo”, afirmou Vladimir Barbosa, presidente do NRE.
O projeto Educatron foi implementado para minimizar o impacto das greves e outras interrupções no calendário escolar. “Esse projeto é bacana, veio para ficar, e hoje não há razão para os alunos não comparecerem às aulas. Se o aluno não for para a escola, será considerado falta. Precisamos da frequência dos nossos alunos”, ressaltou o representante.
Conforme o chefe do núcleo, escolas em diversas localidades, incluindo Faxinal, Cruzmaltina e Borrazópolis, estão sendo monitoradas para assegurar que todos os alunos tenham acesso às aulas. “Estamos acompanhando de perto, pois é um assunto muito grande e complexo”, finalizou.
Por Lis Kato