O plantio do milho segunda safra (safrinha) avança rapidamente na região de Ivaiporã, impulsionado pela colheita da soja. A previsão é que a área cultivada alcance 122 mil hectares nos 15 municípios da área de abrangência do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Em 2024, eram 109,4 mil hectares, representando um crescimento expressivo de 11,5%.
Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Sérgio Carlos Empinotti, até sexta-feira (7), aproximadamente 80% da área prevista já havia sido plantada. “As condições climáticas estão favoráveis, permitindo uma semeadura acelerada”, explicou.
A expansão do milho safrinha está diretamente ligada à redução da área destinada ao trigo, que deve encolher em pelo menos 10 mil hectares. Alguns produtores também optaram por cevada, aveia e nabo forrageiro para cobertura do solo, buscando diversificação e manejo mais eficiente.
A cultura do milho safrinha apresenta vantagens significativas, tanto para a qualidade do solo quanto para a economia dos produtores. “Mesmo com a estiagem do ano passado, a produtividade na região variou entre 200 e 300 sacas por alqueire, o que reforça a resiliência e o potencial lucrativo dessa cultura”, destacou Empinotti.
O milho, que começou a ser plantado no final de janeiro, encontra-se em boas condições. Cerca de 45% da área já está na fase de desenvolvimento vegetativo, enquanto o restante segue em germinação.
Entre os produtores que ampliaram suas áreas estão Adilson Damião do Nascimento e seu cunhado Diego Sapatini. Eles expandiram o cultivo do cereal de 73 para 85 alqueires em propriedades localizadas em Ivaiporã, Jardim Alegre e Lunardelli. “Surgiram novas oportunidades e conseguimos mais terra. Nossa expectativa é positiva, e a janela de plantio está dentro do ideal”, afirmou Adilson.
Quanto aos preços, o produtor destaca que, mesmo com uma possível queda, o impacto não deve ser significativo. “Se o valor se mantiver, é excelente. Se cair um pouco, ainda assim será viável, pois a produção deve ser boa”, avaliou. Na sexta-feira, a saca de 60 quilos do milho estava cotada a R$ 69,00, um preço considerado favorável.
Além da rentabilidade imediata, Adilson enfatizou a importância do planejamento para a próxima safra de soja. “O milho é usado como adubação verde, mas produz menos palhada que o trigo. Isso pode impactar a produtividade da soja na sucessão de culturas, mas é uma estratégia comumente utilizada no manejo agrícola”, explicou.
A previsão é que o plantio seja concluído em até 15 dias. No entanto, entre 10% e 15% da área será cultivada fora do prazo recomendado, que se encerrou em 28 de fevereiro. Esses produtores não contarão com cobertura do seguro agrícola, um fator de risco a ser considerado.
Com um cenário favorável e boas perspectivas de produtividade, o milho safrinha segue consolidando sua importância na região, impulsionando a economia local e fortalecendo a produção agrícola.