Nesta quinta-feira, 24 de outubro de 2024, Ruy Campos de Oliveira foi condenado
a 28 anos de prisão pelo Tribunal do Júri em Manoel Ribas, pelo assassinato de Márcio Ribeiro Lourenço e a tentativa de homicídio contra a esposa de Márcio, ocorridos na noite de 4 de maio de 2023. O casal atuava no ramo funerário.
O crime aconteceu em uma estrada rural da comunidade São Pedro, onde Márcio foi morto
com um tiro na cabeça dentro de seu carro, enquanto sua esposa foi baleada na boca, mas conseguiu fugir. Durante o julgamento, Ruy admitiu ter disparado contra Márcio e a mulher, mas apresentou uma versão surpreendente. Ele relatou que mantinha uma relação comercial com a vítima, frequentando a tabacaria dele.
Segundo o acusado, o crime teve como motivação ameaças que Márcio vinha
recebendo, relacionadas a uma dívida de R$ 100, a qual contraiu com um primo da
esposa.
Márcio teria procurado Ruy para pedir ajuda, solicitando auxílio para adquirir uma arma, visando se proteger das ameaças e entregando dinheiro para que Ruy pagasse a dívida pensando que as ameaças iram parar, o que não ocorreu.
Também que nesta mesma época, o sogro de Márcio o procurou para que ele
sequestrasse Márcio para que ele matasse e que poderia matar a mulher de Márcio,
sua filha.
Ruy afirmou ainda que, na noite do crime, havia combinado de entregar a arma que conseguiu para Márcio e que ambos seguiram até a estrada rural para testá-la. No entanto, segundo ele, ao ouvir que Márcio e sua esposa planejarem matar os sogros e fugir com a filha do casal, que estava com a guarda pertencente ao avôs, entrou em pânico. Ele declarou no tribunal que, ao imaginar a pessoa estuprada, fosse sua filha, decidiu atirar no casal. O réu negou qualquer envolvimento com o tráfico de drogas ou que o crime tivesse sido premeditado, afirmando que agiu para proteger uma vítima de suposto abuso sexual dentro do âmbito da família.
No entanto, a versão não convenceu o júri. A promotoria destacou a frieza do crime e a tentativa de justificar o homicídio com base em suposições e um relato confuso. Ruy foi preso em Curitiba logo após o crime, e o julgamento foi acompanhado com grande atenção pela comunidade de Manoel Ribas.
Ao final, ele foi condenado por homicídio e tentativa de homicídio, recebendo a
pena de 28 anos de reclusão. Ruy reformou que foi envolvido em uma trama
familiar, que nada tinha a ver, e que acabou cometendo um crime, do qual se
arrepende. Na reportagem preservamos a identidade da vítima do estupro sem
citar que familiar ela era do casal e também dos sogros. Clique aqui para assistir o
Julgamento e entender melhor.