Foram 19 óbitos de suspeitos no ano passado contra 14 em 2022, segundo levantamento do Ministério Público do Paraná (MP-PR)
Dezenove suspeitos morreram em confrontos policiais nos municípios da região em 2023, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). O número de óbitos é 35,7% maior na comparação com 2022, quando foram 14 mortes registradas.
Apucarana é a cidade com mais óbitos em confrontos policiais em 2023, com 9 registros, seguida de Cambira (3), Jandaia do Sul (2), Arapongas (1), Bom Sucesso (1), Faxinal (1), Mauá da Serra (1) e Novo Itacolomi (1).
Em 2022, foram 5 óbitos em Arapongas, 3 em Apucarana, 2 em Mauá da Serra, 2 em Califórnia, 1 em Faxinal, 1 em Jandaia do Sul e 1 em Lunardelli.
Os dados são de balanço feito anualmente pela Coordenação Estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-PR, e envolvem todos os confrontos com forças estatais de segurança em 2023. Conforme o levantamento realizado pelo órgão – que tem, entre suas funções, o controle externo da atividade policial – foram 348 mortes no período no Paraná, sendo 343 resultantes de confrontos com policiais militares e cinco com guardas municipais. Não houve registro de morte causada por policiais civis. Ao contrário da região, os números representam uma queda expressiva no total de mortes no Estado: 28,7% a menos em comparação com o ano de 2022.
Estratégia – O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para a diminuição da violência das abordagens conduzidas pela polícia. As iniciativas do Ministério Público com esse intuito são constantemente discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar e outros integrantes do MPPR.
Nesse contexto, o Ministério Público do Paraná, a exemplo dos demais MPs do Brasil, aderiu ao programa nacional “O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial”, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP busca assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.
Recortes – Houve registros de mortes de civis em confronto com a Polícia Militar em 82 cidades paranaenses e uma catarinense (Itapema). No topo da lista estão Curitiba (70 casos), Londrina (29), Foz do Iguaçu (13), Maringá (11), Piraquara (11), Apucarana (9), Paranaguá (9), Pinhais (9), Ponta Grossa (9) e São José dos Pinhais (8). As mortes em confronto com guardas municipais foram registradas em Curitiba (2), Cascavel (1), Araucária (1) e Sarandi (1).